De pequenino se aprende a ser poupadinho
A responsabilidade financeira constrói-se desde cedo e é em criança que se aprende a dar os primeiros passos em direção à poupança
Que levante a mão quem nunca teve um porquinho-mealheiro, normalmente oferecido por algum familiar, para nos colocar no caminho da poupança. Moeda a moeda, o porquinho ia enchendo e o orgulho de já ter muito dinheiro era compensador e ao mesmo tempo um incentivo para continuar. É certo que os tempos evoluíram e os tradicionais porquinhos têm hoje muitas formas e feitios – há as mesadas, as semanadas, … –, mas o objetivo da poupança continua muito presente. A relação das crianças com o dinheiro constrói-se de muitas formas e ao longo do tempo, no entanto, mais do que prepará-las para a vida do ponto de vista financeiro, deve incentivá-las também a adotarem comportamentos socialmente responsáveis.
Para que todos os adultos possam ensinar às suas crianças o significado da poupança, a Associação Montepio disponibiliza o guia Pequenas Grandes Poupanças. Este guia está dividido em seis faixas etárias: 0 aos 4 anos; 5 aos 7 anos; 8 aos 10 anos; 11 aos 13 anos, 14 aos 16 anos; e 17 aos 18 anos. Em cada idade é possível encontrar ideias, sugestões, conselhos, conceitos e exercícios práticos para ajudar as crianças e jovens a compreenderem melhor o mundo do dinheiro, nomeadamente gerindo o dinheiro de modo a poupar e a investir para diferentes objetivos, gastando de forma adequada ao rendimento mensal, pagando as contas a tempo e comprando apenas o necessário, sem impulsos.
Crescer e aprender em cada fase da vida
Os estímulos e os comportamentos das crianças alteram-se com a idade e, por isso, o guia está dividido em seis faixas etárias, cada uma com as suas dúvidas e com os seus desafios:
Dos 0 aos 4 anos
Esta é a altura de lançar os fundamentos da educação financeira do seu filho. Como? Constituindo a sua primeira poupança, logo após o nascimento.
Dos 5 aos 7 anos
De onde vem o dinheiro? Chegou o momento de responder a esta pergunta típica das crianças. Por falar em dinheiro, outra ideia financeira a transmitir nestas idades é a de que as coisas se pagam.
Dos 8 aos 10 anos
É indicado oferecer não um nem dois, mas três mealheiros: um para gastar, outro para poupar e outro para doar. Um método que vai ajudar os pré-adolescentes a gerirem melhor o dinheiro e a serem solidários.
Dos 11 aos 13 anos
A pressão dos pares pode tornar os adolescentes excessivamente consumistas. Mas há um segredo para evitar que este fenómeno comprometa a sua capacidade para poupar e gerir bem o dinheiro no futuro.
Dos 14 aos 16 anos
As primeiras contas entre receitas e despesas estão prontas a fazer, sem esquecer a poupança. E é altura, também, de começar a gerir a conta bancária, mas com supervisão.
Dos 17 aos 18 anos
As oportunidades para fazer crescer a poupança aumentam. Mas é preciso ter atenção às despesas que podem surgir nesta fase final da adolescência, como o ensino superior.
Ainda que os ensinamentos presentes neste guia demorem entre um e 18 anos a dar frutos, uma coisa é certa, o tempo de espera valerá a pena, porque o futuro terá certamente adultos mais informados e com competências para construir uma sociedade social e financeiramente mais próspera.